Numa das noites em Curitiba, fui sair pra jantar com o Lucas e a Júlia, amigos de longa data de São Paulo que vieram morar em Curitiba há um tempinho atrás.

Como não conhecia muito da gastronomia por aqui, e já tinha ouvido falar desse lugar, que dizia ter o melhor cheeseburguer do mundo (santa pretensão, Batman hehe), e vi várias menções sobre ele ser o melhor cheeseburguer de Curitiba, achei que não tinha como errar. Ainda mais depois de descobrir que ele tinha um petit gateau de doce de leite (que, pra quem ainda não sabe, é SÓ meu doce favorito), que tinha sido eleito uma das melhores sobremesas de Curitiba, e que tinha um cheeseburguer de cordeiro, que imaginei que ia ser O cheeseburguer.

Queria pesquisar mais sobre ele, mas a internet do hotel não ajudou muito. Abri uma foto do hamburguer pra ver, aí me bateu uma pontinha de arrependimento, pois o pão não era pão de hamburguer, e sim uma espécie de pão francês e não só não curti muito essa troca como a cara do pão tava TÃO feia, mas TÃÃÃÃO feia, que parecia o pão da padaria perto de casa 3 dias depois e quando o padeiro não tava lá muito inspirado.

Mas enfim, já tínhamos combinado de ir lá, e eu não sabia muitas outras alternativas, então, como dizem, tá no inferno, abraça o capeta, certo? hehe O lugar era realmente bonito e convidativo, e parecia bem aconchegante. Vejam bem, parecia. Adoro lugares com iluminação fraca, mas ao sentarmos na mesa, parecia tudo tão escuro que quase desejei ter óculos de visão noturna! Brincadeiras à parte, fico pensando que se o lugar tava escuro demais pra mim, que ADORO lugares escuros, imagina pra quem não gosta? Mas pelo menos a mesa / cadeiras estavam bem confortáveis e na altura certa.

Pedimos os lanches, e levou o que pareceu uma eternidade pra chegar, o que foi estranho, já que na hora que chegamos, tinha bem pouco movimento. Até a ribs do Outback chega mais rápido.

Enfim, chegou o tal do cheeseburguer de cordeiro, acompanhado de fritas (beeem molengas e sem graça, meu marido faz bem melhor!). Dá pra pedir um catchup do próprio Madero, mas achei ele com muito gosto de molho de tomate, não que estivesse ruim, mas estava mais adocicado e não fez muito o meu tipo, e acabei preferindo o Heinz mesmo.

 

Minha carne veio mal passada, o que foi bom, porque eu gosto mesmo (mas nem sabia que tinha essa opção de escolher o ponto, então pra quem não gosta, é bom ficar alerta). Ia trocar o pão para o de hamburguer, mas acabei sendo convencida pela Júlia que devia pedir com aquele pão tipo francês. E o mais engraçado é, por incrível que pareça, a coisa que mais achava que ia detestar acabou sendo a coisa que mais gostei do hambúrguer.

O “melhor cheeseburguer do mundo” foi uma das coisas mais sem graça que já comi na vida. Sérião. Até o lanche do Subway falsiê que havia comido no dia anterior foi mais gostoso, fiquei repetindo “nossa, que delícia” a cada mordida do pão, mas mordi esse cheeseburguer aí e foi uma coisa tão… “meh”. Não sei se estou mal acostumada com o hamburguer do Sujinho em São Paulo, ou se fui com a expectativa alta demais (o slogan de “melhor cheeseburguer do mundo” contribui um pouco pra isso, né?), mas dizer que um cheeseburguer desse é bom a ponto de achar o melhor de uma cidade, meu deus né. Poxa, e era cheeseburguer de Cordeiro, gente. Pelo menos falaram que era no cardápio. Preferia ter comido um Whopper, ia sair bem mais feliz do lugar.

A carne não tinha nada de especial no sabor, era simples demais. A saladinha estava bem mixuruca e o pão parecia ter vindo até sem maionese, e o queijo também não tinha nada de especial. Parecia tudo sem gosto, lembrei até da comida da tia do meu pai, que tinha hipertensão (tá, acho não chegava à esse ponto, mas meu deus, como estava sem graça!!). Até o Texas Burguer da Seara tinha mais sabor.

Aí, fiquei tão desapontada e com aquela sensação de dinheiro jogado fora que até tinha desistido de experimentar o Petit Gateau. Mas aí foi a vez do Lucas me convencer a pedi-lo. A última coisa que queria era pagar 20 reais em um troço minúsculo e overpriced, mas enfim,  a história do “tá no inferno abraça o capeta” veio em mente mais uma vez, e resolvi pedir, pra pelo menos fazer um review completo no blog e dizer se valia a pena ou não o tal do Petit Gateau.

Assim como o cheeseburguer, demorou uma eternidade pra chegar. Mas realmente, estava uma delícia. A textura macia do bolinho, com um creme de doce de leite (que não era um dos melhores, mas estava muuuuito gostoso), combinado ao sorvete de creme e uma fantástica calda de frutas vermelhas (sério, que calda!!!) me fez desejar voltar no tempo e ter pedido ele em vez do cheeseburguer.

 

Foi realmente a única coisa boa do lugar, ainda bem que o Lucas me convenceu a pedir. Só a bolacha que veio junto do sorvete era beeem dispensável, parecia aquelas bolachas genéricas de loja de 1,99, e, pelo preço, podia ser uma melhorzinha, né?

Enfim, estava MUITO gostoso, e realmente, é algo que você não vai achar em outro lugar. Mas quanto ao valer a pena, já acho que não, a não ser que tenha dinheiro de sobra pra jogar pela janela. Não sou o tipo de pessoa que tem aquela convicção que quanto mais caro, melhor. E tenho até uma certa birra de lugares que cobram demais e fazem um hype danado de produtos que, apesar de serem muito bons, mas não valem o preço absurdo que cobram. Posso dar uma lista de coisas que custam metade do preço, vem mais e que são bem mais gostosas que essa sobremesa.

Meu marido pediu um Brownie com sorvete de sobremesa, e também estava bem gostoso, mas também minúsculo.

Enfim, realmente não curti o Madero, nem um pouco.  Achei muito fuzuê pra um lugar/comida tão sem graça. Se o lugar tem a pretensão de colocar o título de melhor cheeseburguer do mundo, no mínimo tem que fazer um hamburguer que seja bom e que tenha algum diferencial, o que não foi o caso.

Mas infelizmente, ainda tem muita gente que se deixa levar demais pela fama/status do lugar e acha que preço alto é garantia de coisa boa, e é por isso que tem tanto lugar mais ou menos que cobra caro por algo que nem vale tanta a pena, porque tem gente que paga e ainda estufa o peito pra dizer que pagou caro por nada.

 

Preço: 6 – Os cheeseburgueres não estavam tão caros, mas estavam simples demais. E as sobremesas extrapolavam no preço, ainda mais pelo tamanho minúsculo que vinham.
Atendimento: 6 – Os lanches e as sobremesas demoraram horrores pra chegar, ninguém explicou que havia um catchup próprio do Madero nem que o ponto da carne variava, e foi difícil chamar a atenção de alguém pra pedir a sobremesa.
Ambiente: 6,5 – muito bonito à primeira vista, mas logo a impressão se desfaz, pois é escuro demais até pra quem gosta de ambientes com pouca iluminação, chega até a ser desconfortável.
Comida: 6,7 – Cheeseburguer/ fritas extremamente sem graça. Sobremesas maravilhosas, porém não valem o que cobram, pois são minúsculas.
Comeria de novo? – Não.